14 de fevereiro de 2015

Resenha: Morte Súbita, de J.K. Rowling

© Elton Cardoso
Entrando no pique da mini série (que estreia amanhã, lá no Reino Unido) inspirada no livro homônimo da J.K. Rowling, eu decidi postar aqui a resenha do livro Morte Súbita. Livro este que ainda hoje, mesmo três anos após seu lançamento, ainda continua dividindo opinião entre os leitores. Uns odeiam o livro, outros adoram e passaram a admirar o trabalho da autora através dele.
Bom, antes de ler “Morte Súbita”, procurei várias resenhas para saber um pouco mais sobre a história e a opinião das pessoas que já tinham lido, com isso percebi que várias pessoas tinham criticado vários pontos em comum, e perguntei-me: “será que quando eu ler, também irei concordar com essas coisas que a maioria criticou?”, então, eis as respostas:
1º - A tradução do título para Morte Súbita (que muitos sabem a tradução ao pé da letra seria, A Vaga Casual): eu, particularmente, gostei do título, pois é através da morte súbita de Barry Fairbrother que se desencadeia toda a briga para conquistar a vaga casual, deixada por sua morte, e que tem tudo a ver com a autora, já que a mesma afirmou que adora “matar” seus personagens.
2º - A temática política: entre várias resenhas e comentários pessoas temiam o tema político presente em todo o livro, porém gostei de saber como funcionam outros tipos de governos diferentes do nosso, e esse livro ajudou bastante nesse ponto.
3º - Personagens desprezíveis: são personagens extremamente humanos e reais, ao ler as características de cada um deles, lembrei de várias pessoas que conheço, mas ao contrário do que muitos julgaram desprezíveis e indignos de pena, seria uma tolice minha generalizar, mas vale lembrar que, sim, existem vários personagens desprezíveis. Mas, discordo no quesito “indignos de pena”, pois senti pena de alguns personagens que de início desprezei. No decorrer da história, são revelados alguns fragmentos de seus passados que o fizeram agir de tal maneira, assim como teve personagens que os odiei do começo ao fim.
4º - História comprida e sem muito entusiasmo: terei que discordar novamente neste ponto, de fato, não acontece nada de tão interessante no livro até a Parte Três, a não ser, o impacto que a morte de Barry teve em Pagford, mas essa demora eu achei bastante útil para a construção dos personagens, suas atitudes e características, que de certo modo, fez-me envolver mais na vida de cada um deles, e até me sentir íntimo dos personagens — que em certos momentos me permiti prever tais atitudes deles —, logo foram acompanhados de uma leve frustração e surpresa, pois obviamente o que previ não aconteceu e a nova atitude veio como um baque.
5º - Palavrões: não vi nada demais na quantidade de palavrões presentes no livro, a história retrata o cotidiano de várias famílias bem atuais, e particularmente, não consigo imaginar uma família que não tenha no mínimo um integrante que fala palavrões, e em relação aos adolescentes, eu mesmo tenho vários amigos que se comportam e falam da mesma maneira que muitos dos personagens presentes em Morte Súbita.
6º - Clichês: sim, o livro tem muitos clichês do cotidiano, como as drogas, desentendimentos entre sogra e nora, bullying, automutilação, racismo, agressão domestica física e psicológica, sexo casual, entre outros; foi útil ter um ponto de vista diferente daquele que, pelo menos eu, estou “acostumado”, pois tive uma pequena noção do que se passa na cabeça de uma pessoa ao ponto dela se auto mutilar, ou como seria conviver com uma família em que o pai é temido e o responsável pela agressão de todos os demais da casa, e outras maneiras que levam pessoas ao mundo horrível das drogas. Clichê sim, mais um clichê bem desenvolvido, e esses temas continuarão, infelizmente, como um clichê por muito tempo, enquanto nós não aprendermos a lhe dar com esses problemas.
Morte Súbita, de uma maneira geral, tem uma história envolvente, torci por vários personagens, e pela desgraça de outros. Com um final surpreendente e inesperado me arrancou algumas lágrimas e risadas, uma sensação do quanto as pessoas, de certo modo, sentem-se aptas a julgar as atitudes dos demais, sem antes ter total conhecimento do que levou tal pessoa a ter tal atitude.
PS: A autora confirmou que a série terá um final diferente do livro, mas que será tão bom quanto. Confesso que não gostei de saber dessa alteração, mas como todas as adaptações dos livros da J.K. o roteiro final passa por sua autorização justamente para que as mudanças estejam dentro do contexto da história e não sejam postas ali por acaso. Enfim, só nos resta esperar para ver como ficou. A série, como disse anteriormente, irá estrear amanhã (15/02) na Inglaterra, e só em abril na TV americana, no Brasil infelizmente ainda não tem data prevista. A mini série será dividida em três partes com duração de uma hora aproximadamente. 


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