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| © Elton Cardoso |
Bem, confesso que eu me interessei pelo livro simplesmente porque soube que a Emma Watson iria ser umas das protagonistas da adaptação cinematográfica, e também confesso que ao ler a sinopse divulgada pela editora, logo pensei que a história seria bem fútil. Afinal, o que tem de interessante em uma história onde adolescentes abastados decidem roubar celebridades? Foi isso que me perguntei antes de lê--lo.
Porém, logo nas primeiras páginas, toda a minha desmotivação e “birra” pré-estabelecidas com o livro desapareceram, pois a autora não mostra somente uma narração dos fatos de como esses jovens vieram a roubar – já que eles não precisavam –, e sim uma espécie de estudo antropológico da sociedade jovem contemporânea. Há uma riqueza de informações para quem se interessa no assunto, desde dados de pesquisas feitas por várias instituições, a citações de livros, filmes e músicas que tratam sobre o assunto.
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| © Elton Cardoso |
Também há muitas críticas sociais de coisas que poderiam ter influenciado esses jovens a cometeram tal crime, como por exemplo, a supervalorização excessiva das celebridades de Hollywood – muitas dessas que fazem sucesso pelo simples fato de serem ricos, sem ter nenhum reconhecimento artístico –, e a popularização dos realitys shows – que mostram que é possível tornar qualquer pessoa famosa sem nenhum esforço, ou reconhecimento de um trabalho artístico –, como também os problemas pessoais que envolviam os jovens da quadrilha – que variam desde problemas com a autoestima, ou com os pais, ou por não conseguirem se relacionar com as pessoas.
Isso levou esses jovens, inicialmente por brincadeira, a roubarem pertences das celebridades, que variavam desde joias, sapatos, objetos pessoais, artigos de grife e principalmente as roupas – de preferência uma determinada roupa que tal celebridade usou no Tapete Vermelho de algum evento, e que havia várias fotos dessa celebridade usando em vários sites.
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| © Elton Cardoso |
Eles não roubavam para depois vender e poder “lucrar” com isso, eles queriam mesmo era possuir, vestir, para que então pudessem se sentirem como os verdadeiros donos das peças. Não contentes em roubá-los, a Bling Ring não tinha nenhum pudor em ostentar os objetos roubados e saiam vestindo o que foi roubado como se fossem seus, além de afirmar para os amigos que eles tinham de fato roubado de tal celebridade.
Quando a Bling Ring estava no auge, e todos descobriram que eles chegaram a roubar o equivalente a 3 milhões de dólares em pertences das celebridades, a autora publicou um artigo sobre a quadrilha na revista Vanity Fair, que despertou o interesse da diretora e roteirista Sofia Coppola a comprar os direitos autorais e poder adaptar a estória para o cinema, motivo esse que fez a Jo Sales reunir todo o seu acervo sobre a gangue e publicar este livro com mais detalhes.
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| © Elton Cardoso |
Apesar de o livro ser em formato de romance, ele não é um romance convencional, pois está mais voltado para o lado jornalístico, afinal a Nancy Jo Sales é uma jornalista e este foi o primeiro livro lançado por ela.
Portanto, se você gosta do assunto antropológico e de um livro cheios de críticas e com um acervo cultural bem variado – que pode servir de extensão depois da leitura, caso queira saber mais sobre o assunto –, então as chances de você gostar deste são bem altas, caso contrário, poderá achar a história bem chata.
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