14 de dezembro de 2015

Resenha: O lado bom da vida, de Matthew Quick

© Elton Cardoso

Matthew Quick nos mostra nesse livro uma visão bem interessante da loucura. Pat Peoples tem problemas mentais e, é ele quem narra o livro, nos mostrando logo do início seus esforços em mudar seu jeito de ser e tornar-se uma pessoa melhor, uma pessoa que a Nikki, sua ex-esposa, gostaria de ter como marido.

Então, após a mãe do Pat, conseguir tirá-lo da clínica de reabilitação por intermédio de uma ordem judicial, ele põe em prática seus planos para reconquistar a Nikki, após o término do “tempo separados” – que é como ele chama o período em que está longe da sua “esposa”. Isso inclui em perder peso, ler os livros que sua ex-esposa recomenda em sala de aula para seus alunos e, torna-se uma pessoa melhor. 

No meio de suas corridas rotineiras pela vizinhança – ele fica viciado em exercícios físicos, e além de malhar durante horas em sua academia particular no porão da casa de seus pais, ele complementa sua série de exercícios com caminhadas para manter a boa forma para sua amada “esposa” e, também, porque o ajuda a ficar calmo em determinados momentos –, ele reencontra seu melhor amigo, que rapidamente o convida para jantar em sua casa, Pat, relutante, aceita. Ao chegar ao jantar, ele descobre que outra pessoa também comparecerá – o que faz ele criar esperanças, ao pensar que seu melhor amigo convidou a Nikki na tentativa de reconciliar o casal –, no entanto, ele logo descobre que a convidada é a Tiffany, cunhada de seu melhor amigo e, também, com problemas psicológicos. Depois de um jantar bem tenso, a Tiffany, pede ao Pat para deixá-la em casa. Ao chegar em frente à casa, Tiffany dá em cima de Pat, que rapidamente diz que é casado e que não quer nada demais com ela, isso a faz chorar, e, em seguida, entrar em casa, o que deixa nosso protagonista muito confuso.

No dia seguinte, ao sair para suas rotineiras caminhadas, ele a encontra esperando no lado de fora de sua casa, com roupas próprias para corrida, ele a ignora, e segue normalmente, mas percebe que ela também está correndo no mesmo trajeto que ele e, mesmo assim, continua ignorando ela. Isso acontece durante vários dias e, ao perceber que ela continuará seguindo-o, ele a convida para jantar, na esperança que ela se canse dele. Porém no jantar ele conta um pouco sobre sua vida e sobre seus esforços em reconquistar sua tão amada, Nikki. Isso os deixa mais próximos, de algum jeito, e, mesmo assim ela não para de segui-lo em suas caminhadas, até que um dia, Tiffany diz que conhece a Nikki, e que ela poderia ser a intermediadora deles, para que então o “tempo separados” possa terminar. Porém, ele terá que abrir mão de todos os jogos de seu time favorito e, dedicar-se a dançar com ela, para que ela consiga vencer uma competição de dança local e, se, somente se, eles vencerem, ela virará a intermediadora deles. 

Pat, ao ficar encantado com a proposta de, finalmente, poder se comunicar com a Nikki, mesmo que seja por cartas, ele aceita a proposta de Tiffany, e passa a ensaiar rigorosamente todos os dias, para que possam ganhar a competição. 

Em seguida, deparamos com uma reviravolta incrível, e obviamente, o clímax do livro, a descoberta do motivo que levou Pat a ser internado durante tanto tempo – ao sair da rehab, o Pat perde a noção do tempo que ficou internado, e do motivo que o levou à clínica. 

Quick tem uma escrita muito boa, o que faz a leitura fluir muito bem, e com vários momentos engraçados. Além de nos mostrar um ponto de vista diferenciado da loucura em certos casos, ele nos presenteia com ótimas referências literárias, cinematográficas e musicais – adoro livros que trazem referências desse tipo –, o que serve para a ampliação cultural do leitor e, também, nos passa várias mensagens significativas e nos mostra que com força de vontade, tudo é possível. Fazendo-nos acreditar no lado bom das coisas.



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