28 de junho de 2016

Resenha: As crônicas de gelo e fogo: A guerra dos tronos, de George R. R. Martin

© Elton Cardoso

Em “A Guerra dos Tronos”, primeiro livro da série “As crônicas de gelo e fogo”, escrita pelo autor George R. R. Martin, nos deparamos com uma obra épica de fantasia para adultos onde há uma riqueza de detalhes presente em todo o livro.

Por ser um livro de fato grande, o autor explora três grandes histórias centrais para toda a série: a “volta” dos Outros – seres mortos e malignos, ou seja, zumbis –; a jornada de Daenerys e seu irmão para reconquistar o trono que lhes fora roubado e, consequentemente, sair do exílio; e a própria guerra dos tronos, na qual as grandes casas de Westeros lutam entre si para sentar no Trono de Ferro – cadeira de ferro feita com as espadas daqueles que lutaram a favor do antigo rei, antes da usurpação, e símbolo máximo do poder entre os Sete Reinos.

Este último irá ganhar mais destaque nesse primeiro livro.  No decorrer da história, há algumas reviravoltas que irá mexer com a unificação do reino – em Westeros há sete grandes reinos governados cada qual pelo seu senhor, e um rei, que obviamente tem poder absoluto sobre todo o território –, e algumas casas se rebelará por não concordar com determinadas mudanças do reino e consequentemente, reivindicará o trono, entre outras tramas, intrigas políticas e familiares, e segredos que juntos, farão jus ao título do livro.

© Elton Cardoso
Uma característica bem interessante é o fato dos capítulos serem narrados pelo ponto de vista de algumas personagens, fazendo o leitor criar suas próprias conclusões acerca de determinada situação mostrada no livro, pois, muitas vezes, temos mais de um ponto de vista de uma mesma cenas.

Graças à escrita do autor e a maneira magnífica em que ele narra esse romance gigantesco, há pouquíssimos momentos em que a história fica enfadonha, mesmo com a avalanche de informação e personagens que nos são apresentados.

Como falado anteriormente, este é um livro pra o público adulto, e isso fica claro tanto em certas cenas, como na própria escrita do livro, pois quem está habituado a ler YA – para os leigos, Young Adult/Jovens Adultos –, que por ter um público jovem como alvo, tem uma linguagem mais simples e ao deparar com a narração de Martin sentirá rapidamente essa diferença – não que o livro seja tipo algo escrito por Machado de Assis, mas de fato há uma linguagem mais formal, e o fato da história se passar na Era Medieval e ter reis e rainhas, ajuda nesse quesito.

© Elton Cardoso
O autor não poupa detalhes ao descrever cenas de sexo ou de carnificina e muito menos de fazer uso de palavrões, mas isso não torna o livro depreciativo ou vulgar, justamente pelo uso da linguagem culta usada pelo autor.  Porém, se o tipo de leitura em que é narrada detalhadamente a maneira como os órgão internos saem do corpo em uma das várias cenas de ação presentes no livro ou o fato  de ser narrado explicitamente a primeira vez (e várias outras vezes) de uma criança de 13 anos, então este livro poderá não te agradar.

Continuando sobre a narração do autor, ele constrói personagens bastante humanos, nem completamente bons, nem totalmente maus, isso faz com que o leitor desperte certa afeição pelas personagens.


A Guerra dos Tronos é um ótimo livro de fantasia para adultos, o autor nos mostra zumbis, dragões, lobos gigantes e outros seres fantásticos, mas sem fazer uso da inocência presente nos contos de fada, pois aqui há muita ação e aventura com um enredo que prende o leitor logo nos primeiros capítulos e o faz ignorar a quantidade de páginas. 


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