29 de junho de 2016

Resenha: Feios, de Scott Westerfeld

© Elton Cardoso
Depois de um ano com a série Feios encostada na minha estante, finalmente decidi lê-la. Confesso que demorei bem mais que o usual para terminar a leitura por motivos de: Ressaca Literária. A minha ressaca ainda não foi embora (tá demorando viu?), e consequentemente, o meu rendimento de leitura caiu drasticamente.

 A série é uma distopia, e a descobri quando o hype das distopias estava mais forte que nunca. Depois de ler a trilogia Jogos Vorazes (tem resenhas aqui no blog. Livro 1, 2 e 3), decidi procurar mais livros do gênero e as capas e títulos me chamaram muita atenção (sim, livros com capas bonitas me chamam atenção #judgeme).

O livro se passa numa sociedade futurística, como toda distopia, na qual há um padrão de beleza seguidos por todos os cidadãos acima de 16 anos por meio de intervenção cirúrgica da mais alta tecnologia. Aparentemente, essas pessoas vivem super felizes: são absurdamente lindos e vivem nas melhores festas da cidade. Porém, não são todos que vivem assim.

Aqueles que são taxados como Feios – pessoas que não se submeteram a nenhuma cirurgia e são completamente normais, do jeito que nasceram –, pela população, vivem em uma parte isolada da cidade até completarem 16 anos, e então, fazem sua primeira cirurgia na qual o governo obriga todos a fazerem.

Assim conhecemos a Tally Youngblood, uma garota Feia prestes a completar os tão sonhados 16 anos. Ela está sozinha, pois todos os seus amigos mais próximos já são Perfeitos – esse é o nome dado às pessoas que já tiveram suas imperfeições eliminadas por intervenção cirúrgica e vivem na parte central da cidade. Como os Feios são proibidos de irem à cidade, Tally decide ir escondida para rever seu melhor amigo, Paris, e matar um pouco a saudade e solidão, porém, acontece uma confusão, e na sua escapada ela acaba conhecendo a Shay, que também é uma Feia e foi à cidade para rever seus amigos. Juntas, elas conseguem fugir e de volta ao dormitório acabam descobrindo que tem muitas coisas em comum, como a data de aniversário, logo, tornaram Perfeitas no mesmo dia, entretanto Tally descobre que a Shay não quer ser uma Perfeita e sim, continuar Feia.

Após a reação de perplexidade de Tally, Shay explica que há uma sociedade exilada de Feios que vivem com os ancestrais – que nesse caso somos nós – e que boa parte de seus amigos foram em busca dessa sociedade secreta, a Fumaça.

Tally ignora, pois crer que é só uma provocação da amiga, mas dias antes do aniversário delas, a Shay decide partir, e na última tentativa de convencer a amiga a ir junto em busca da Fumaça. Tentativa frustrada. Então ela deixa uma instrução com dicas que somente Tally conseguirá entender e partir em busca da Fumaça.

A rotina de Tally segue normal e novamente solitária com a partida de mais uma amiga, até que, finalmente chega o dia dos 16 anos, e feliz da vida Tally partir para o hospital já imaginando sua aparência de Perfeita, porém acontece uma intervenção das Circunstancias Especiais – uma sociedade secreta do governo especializada em manter a ordem na sociedade e barrar toda e qualquer intervenção que possa acabar com tal “perfeição” que a sociedade vive –, que exige saber o paradeiro da Shay e diz que a Tally só será perfeita caso encontre sua amiga Shay, e consequentemente, a Fumaça.

Assim, Youngblood vê-se em um dilema interno: será que vale a pena trair sua amiga em troca de realizar seu maior sonho de tornar-se perfeita e viver uma vida de festas e diversão ao lado de seu melhor amigo Paris?

O desenrolar da história será uma consequência de sua escolha.

Feios tem uma narração muito fluida, é um daqueles livros em que quando começa a ler você devora várias páginas de uma vez sem ver o tempo passar – e mesmo assim, eu demorei muito para finalizar a leitura. Maldita seja a Ressaca Literária.

Recheado de críticas à nossa sociedade atual e ao padrão de beleza imposto por ela, Westerfeld consegue manter o ritmo da história. Assim como alguns leitores, eu também percebi várias referências do livro Admirável Mundo Novo, de Audouls Huxley, mas nada que interferisse tanto na leitura.


Assim fica a minha recomendação de litura de hoje.


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