© Elton Cardoso |
Depois de um ano com a série
Feios encostada na minha estante, finalmente decidi lê-la. Confesso que demorei
bem mais que o usual para terminar a leitura por motivos de: Ressaca Literária.
A minha ressaca ainda não foi embora (tá demorando viu?), e consequentemente, o
meu rendimento de leitura caiu drasticamente.
A série é uma distopia, e a descobri quando o hype das distopias estava mais forte que nunca. Depois de ler a trilogia Jogos
Vorazes (tem resenhas aqui no blog. Livro 1, 2 e 3), decidi procurar mais
livros do gênero e as capas e títulos me chamaram muita atenção (sim, livros
com capas bonitas me chamam atenção #judgeme).
O livro se passa numa sociedade
futurística, como toda distopia, na qual há um padrão de beleza seguidos por
todos os cidadãos acima de 16 anos por meio de intervenção cirúrgica da mais
alta tecnologia. Aparentemente, essas pessoas vivem super felizes: são
absurdamente lindos e vivem nas melhores festas da cidade. Porém, não são todos
que vivem assim.
Aqueles que são taxados como
Feios – pessoas que não se submeteram a nenhuma cirurgia e são completamente
normais, do jeito que nasceram –, pela população, vivem em uma parte isolada da
cidade até completarem 16 anos, e então, fazem sua primeira cirurgia na qual o
governo obriga todos a fazerem.
Assim conhecemos a Tally
Youngblood, uma garota Feia prestes a completar os tão sonhados 16 anos. Ela
está sozinha, pois todos os seus amigos mais próximos já são Perfeitos – esse é
o nome dado às pessoas que já tiveram suas imperfeições eliminadas por intervenção
cirúrgica e vivem na parte central da cidade. Como os Feios são proibidos de
irem à cidade, Tally decide ir escondida para rever seu melhor amigo, Paris, e
matar um pouco a saudade e solidão, porém, acontece uma confusão, e na sua
escapada ela acaba conhecendo a Shay, que também é uma Feia e foi à cidade para
rever seus amigos. Juntas, elas conseguem fugir e de volta ao dormitório acabam
descobrindo que tem muitas coisas em comum, como a data de aniversário, logo,
tornaram Perfeitas no mesmo dia, entretanto Tally descobre que a Shay não quer
ser uma Perfeita e sim, continuar Feia.
Após a reação de perplexidade de
Tally, Shay explica que há uma sociedade exilada de Feios que vivem com os
ancestrais – que nesse caso somos nós – e que boa parte de seus amigos foram em
busca dessa sociedade secreta, a Fumaça.
Tally ignora, pois crer que é só
uma provocação da amiga, mas dias antes do aniversário delas, a Shay decide
partir, e na última tentativa de convencer a amiga a ir junto em busca da
Fumaça. Tentativa frustrada. Então ela deixa uma instrução com dicas que
somente Tally conseguirá entender e partir em busca da Fumaça.
A rotina de Tally segue normal e
novamente solitária com a partida de mais uma amiga, até que, finalmente chega
o dia dos 16 anos, e feliz da vida Tally partir para o hospital já imaginando
sua aparência de Perfeita, porém acontece uma intervenção das Circunstancias
Especiais – uma sociedade secreta do governo especializada em manter a ordem na
sociedade e barrar toda e qualquer intervenção que possa acabar com tal
“perfeição” que a sociedade vive –, que exige saber o paradeiro da Shay e diz
que a Tally só será perfeita caso encontre sua amiga Shay, e consequentemente,
a Fumaça.
Assim, Youngblood vê-se em um
dilema interno: será que vale a pena trair sua amiga em troca de realizar seu
maior sonho de tornar-se perfeita e viver uma vida de festas e diversão ao lado
de seu melhor amigo Paris?
O desenrolar da história será uma
consequência de sua escolha.
Feios tem uma narração muito
fluida, é um daqueles livros em que quando começa a ler você devora várias
páginas de uma vez sem ver o tempo passar – e mesmo assim, eu demorei muito
para finalizar a leitura. Maldita seja a Ressaca Literária.
Recheado de críticas à nossa
sociedade atual e ao padrão de beleza imposto por ela, Westerfeld consegue
manter o ritmo da história. Assim como alguns leitores, eu também percebi
várias referências do livro Admirável Mundo Novo, de Audouls Huxley, mas nada
que interferisse tanto na leitura.
Assim fica a minha recomendação
de litura de hoje.
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