30 de junho de 2016

Resenha: Perfeitos, de Scott Westerfeld

© Elton Cardoso
Bem, em Perfeitos, Tally já fez sua cirurgia e agora pode ostentar a alcunha que há tanto almejou: ela é uma Perfeita! E com isso vem todo o combo do pacote: arrogância, prepotência, e uma beleza surpreendente. Como agora ela busca uma nova turma para se entrosar, acaba conhecendo os Crim - um grupo de Perfeitos que tem como objetivo principal se manter "borbulhantes", ou seja, permanecer lúcidos, com as lembranças da época pré-cirurgia ativas, e não dopados sobre o efeito das drogas que os cidadãos comumente/naturalmente ingerem. Assim, esse grupo é o que mais causa na cidade, eles procuram as mais variadas e perigosas aventuras, pois só assim, graças à adrenalina, eles conseguem dissipar o efeito das drogas e permanecerem borbulhantes na maior parte do tempo. 

Nisso, a Tally conhece o Zane, um dos participantes dos Crim, e aqui se inicia um belo triângulo amoroso que me fez ficar, muitas vezes, torcendo para a Tally ficasse com os dois, mas enfim, além desse relacionamento novo, que acaba dando todo um gás diferente à história, a própria personagem principal, amadurece e muito nesse livro. É bastante visível o crescimento da escrita do autor também. Nisso é possível ver no enredo do livro, onde Tally, através de suas aventuras, acaba descobrindo a fundo como sua cidade funciona, e sobre a existência dos Especiais também - uma classe superior de Perfeitos, que fazem parte das Circunstâncias Especiais e são os principais responsáveis por manter todos na cidade dentro da ditadura silenciosamente imposta pelo governo. 

Mas antes, em sua primeira festa, Tally tem um encontro com um dos membros da Fumaça e acaba descobrindo que a sociedade alternativa continua existindo e nessa hora, mais do que nunca, o presente e o passado se fundem, e cada vez mais, Tally percebe que não tem como manter sua vida perfeita como pensava que seria.

Esse livro é envolvente, promissor, e como toda distopia, critica aspectos da nossa sociedade - muito bem escolhido pelo Westerfeld - que já está enraizado que muitas vezes acabamos esquecendo que, de fato, há toda uma cultura sobre a busca da beleza perfeita e inalcançável. 


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