© Elton Cardoso |
Confesso que o que me chamo atenção neste livro foi a capa –
afinal tinha um anjo nela. Eu gosto de anjos. Logo decidi ler a sinopse do
livro – gostei bastante. Comprei. E ele ficou na minha estante por dois longos
anos até que enfim eu decidi tirar a poeira dele e ler. Ao ler as primeiras
páginas bateu um imenso arrependimento de não ter lido logo que comprei.
O autor brasileiro Eduardo Spohr nos mostra uma história na qual
ele soube misturar três elementos distintos, em uma única história: 1)
elementos bíblicos, 2) fatos históricos e 3) literatura fantástica. Isso casou
muito bem, um verdadeiro deleite para mim.
A história narra as aventuras de Ablon, um anjo renegado e
general da casta dos Querubins – uma das sete castas celeste, está em
particular é composta por anjos guerreiros que são os guardiões e soldados de
Deus. O General foi expulso do céu pelo tirano Arcanjo Miguel, por se rebelar,
junto com Lúcifer, para tirar Miguel do poder, porém, além de ser expulso por
Miguel, Ablon foi traído por Lúcifer e teve que viver por milênios na Terra.
E assim o autor nos apresenta dois tipos de narração durante o
livro: a primeira narração é em terceira pessoa e narra os fatos no tempo
presente; a segunda narração é em primeira pessoa, se passa no passado e é
narrada pelo próprio Ablon. Enquanto a história é narrada no tempo presente é
intercalado os capítulos narrados pelo Ablon por meio de flashbacks – bem no
estilo da série de TV Lost. E assim, Spohr faz com que sua personagem principal
viagem através da História Mundial, e assim nos mostra fatos históricos no qual
o anjo precensiou.
Em uma dessas aventuras ele conhece a feiticeira Shamira, por
quem se apaixona, assim, no meio de tantas aventuras esses dois amigos vão
tentando conviver esse amor impossível, afinal ele é um anjo e ela uma humana.
Paralelo aos flashbacks, Albon vai interpretando os sinais do fim
do mundo e com isso alguns anjos, aliados a Lúcifer aparecem para fazer uma
certa proposta de aliança, este o recusa devido a experiências passadas, porém
os amigos dele que ficaram em um dos setes céus, vem à Terra e lhes oferece
ajuda para enfrentar a batalha final, já que há profecias que dizem que Ablon,
o Anjo Renegado irá liderar o Apocalipse, mas este não acredita, pois crer que
tal responsabilidade é dos arcanjos, não de um simples querubim.
Com os sinais do apocalipse se aproximando a Terra se transforma
em um verdadeiro caos – nada tão diferente do que está acontecendo no nosso
planeta há alguns anos –, os Arcanjos estão sedentos por poder, há esperança de
Deus finalmente desperte para resolver todos esses problemas – sabe aquela história
de que Deus descansou no sétimo dia? Então, ainda estamos no sétimo e,
consequentemente, o tempo celestial é beeeem diferente do nosso tempo terrestre
–, e o autor nos leva para um grande clímax do livro que tem um final surpreendente.
Recomendo o livro para todos os fãs de fantasia fantástica. De fato fiquei
maravilhado por saber que brasileiros podem sim escrever livros de fantasias
tão bem quanto os autores internacionais.
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