17 de julho de 2016

Resenha: O Teorema Katherine, de John Green

© Elton Cardoso
Como é de praxe nos livros do John Green, em O Teorema Katherine, temos um nerd como personagem principal. Dessa vez, acompanhamos o Colin Singleton, um adolescente prodígio que é obcecado em namorar Katherines – todas escritas exatamente desse jeito –, e em levar um pé na bunda de todas elas. Após a 19ª Katherine terminar com ele e ficar um tempo “curtindo”  a depressão-pós-término-de-namoro, ele decide junto com Hassan, seu melhor amigo – islâmico, gordo e muuuuito engraçado –, viajar mundo afora sem um destino certo em mente. 

No meio da viagem, o Colin decide parar e ir visitar o túmulo do arquiduque Francisco Ferdinando, numa cidade no interior do Tenessee, Gutshot. Lá, ele conhece a Lyndsey Wells, sua guia turística – que após o Colin sofrer um acidente, viram amigos, e isso não é spoiller –, e logo depois os amigos dela. Ao conhecerem a mãe de Lyndsey, Holis, que reconhece o Colin de um programa nada popular de perguntas e respostas da TV – algo semelhante ao Jogo do Milhão –, e os convida para trabalhar para ela durante aquele verão. Assim, Colin e Hassan, hospedam-se na casa – também conhecida como Mansão cor-de-rosa –, de Holis e Lyndsey.

Até praticamente metade do livro, o Colin mostra-se muito chato, e às vezes, insuportável. Ele faz o tipo: “sou muito inteligente, eu sei disso, todo mundo sabe disso”. Seus diálogos, são quase sempre monótonos. Mas quando a história chega quase ao ponto de chatice extrema, o Green colocava o Hassan em cena, o que me gerava muitas gargalhadas – sério, o Hassan é muito engraçado! –, e aparecia aquela boa sensação de que vale a pena ler o livro até o fim, mesmo que o protagonista pareça dizer o contrário. Porém, a amizade dele com a Lyndsey fazem as coisas mudarem.

O Colin, meio que vai deixando de ser tão chato – não estou tentando convencer ninguém de que EU achei o personagem chato, o próprio autor, no meio de sua narração, afirma isso –, e nós, como leitores passamos a conhecer melhor o personagem e seus motivos que o fazem agir dessa maneira – se você, assim como eu, afirmar ter um lado nerd, provavelmente encontrará um pouco de si no Colin, ou não.

Paralelo a isso, o Colin vai desenvolvendo um teorema que prevê, através da matemática, quem, entre um casal, irá terminar com quem e a duração desse relacionamento, na esperança que ele saiba quando suas futuras Katherines irão terminar com ele.

No meio dessa comédia – cuidado ao ler em locais públicos, pois terá momentos em que será difícil segurar o riso, e a menos que você seja uma pessoa extremamente mal humorada, leia-o onde quiser oras –, o John Green nos apresenta vários temas e situações presentes na adolescência como o bullying, insegurança, romances juvenis, isolamento, preconceito, aceitação, entre outros. Seus personagens são bem construídos e detalhados, dando a sensação de que de fato eles existem – essa característica humanista eu aprecio muito nos livros. E sua narração flui bem e de uma maneira bem espontânea.  

Aliás, já resenhei, os livros A Culpa é das Estrelas e Cidades de Papel, ambos do John Green.


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