4 de abril de 2018

Resenha: Fantastic Beasts and Where to Find Them: The Original Screenplay

© Elton Cardoso

À essa altura, creio que todos já estão sabendo que a J.K. Rowling, autora de Harry Potter, também anunciou que uma nova saga do Mundo Bruxo, Animais Fantásticos e Onde Habitam foi o primeiro filme de cinco. Como todo Potterhead sabe, a Jo mantém tudo que envolve o Mundo Bruxo debaixo de suas assas e ela não é de entregar esse universo que passou cerca de 17 anos o aprimorando com os livros de Harry Potter. Dessa forma, ela se aventurou ao escrever o roteiro de uma história original para o cinema de seu universo fantástico, com isso, podemos esperar que a nova saga, assim como os livros, terá uma história bem amarrada e fechada, uma vez que tudo sairá da cabeça dela.

Uma vez lançado o filme nos cinemas e atendendo praticamente todas as expectativas dos fãs (as minhas, pelo menos, foram bem atendidas, pois, no elenco tem dois atores que eu admiro muito, o Eddie Redmayne e o Ezra Miller, além do enredo ser ótimo). Assim, pouco tempo depois do lançamento nos cinemas, foi lançado o enredo original do filme escrito pela própria J.K. Rowling, e é claro, eu não poderia deixar de ler.

Como já dito antes, o livro é na verdade um roteiro, logo, toda a diagramação será deste gênero específico. Apesar de o livro ser um pouco grande em relação a quantidade de páginas, eu consegui lê-lo bem rápido e mesmo em outro gênero de escrita distinta do que conhecia da Rowling, uma vez que ela escreve romances, é possível ver que de fato foi ela quem escreveu sim, a escrita é dela, o envolvimento e a riqueza em detalhes são características da autora, só essa familiaridade é reconfortante.

Além disso, o livro em si é muito lindo, desde a capa em um azul muito bonito, toda a arte é em auto relevo e na cor dourada, que acaba fazendo uma alusão aos anos 1920 em que a história é situada, e também é possivel ver outras ilustrações dos animais ao longo do livro com a mesma pegada vintage feita pelos artistas NimaLima, que são os responsável por praticamente todo o design visual desde o primeiro filme de Harry Potter e continuam na nova era.


3 de abril de 2018

Resenha: Thirteen Reasons Why, de Jay Asher

Já começo está resenha dizendo que o motivo pelo qual eu me interessei em ler o livro foi por pura influência da série de TV produzida pela Netflix que foi lançada no ano passado.

Assim como a série causou um verdadeiro rebuliço nas redes sociais na época em que foi lançada, eu assisti a alguns episódios e a história realmente me prendeu, assim, eu assisti a série enquanto lia (e ouvia) o livro simultaneamente.

E CARAMBA, MEU ODIM! Hoje fico me perguntando como consegui lidar com tanta informação densa e pesada que a história carrega, mas digo que não foi fácil!

A história, de autoria do americano Jay Asher, é narrada em primeira pessoa e temos dois personagens principais, o Clay Jenson e a Hannah Baker. O livro inicia com o Clay recebendo uma caixa com algumas fitas cassetes e, ao ouvi-las, ele descobre que pertenciam à Hannah, sua amiga que há pouco tempo se suicidou – isso não é spoiler, já aparece bem no começo do primeiro capítulo – e que em cada lado das fitas, 13 lados ao todo, é dedicado à uma pessoa que a Hannah considerava como um dos motivos que a levaram a cometer suicídio, dessa forma, as fitas deveriam ser entregues a cada uma das pessoas que foi mencionada nelas respectivamente.

Ao saber disso, o Clay fica bastante nervoso, uma vez que ele recebeu as fitas significa que ele é um porquê e, definitivamente, ninguém gostaria de ser um dos motivos que levaram uma pessoa a se matar. Mas, ele ouve as fitas mesmo assim, e com isso, a narração é intercalada entre o Clay e a transcrição do que há nas fitas na voz de Hannah.

No começo ficou um pouco confuso saber de quem era a voz narrativa ali em questão, mesmo que a formatação do texto mudasse de acordo com a voz narrativa – a narração do Clay tinha a formatação padrão, enquanto a da Hannah era em itálico.

Logo, chega um momento do livro, na minha opinião, em que a presença do Clay é totalmente desnecessária, pois, a Hannah rouba toda a cena, e para lembrar ao leitor que o Clay existia, ele aparecia em momentos totalmente desnecessários, na maioria das vezes, sem absolutamente nada de importante para acrescentar à história. Isso me fez achar esse personagem super supérfluo e irritante, a única contribuição dele é nos fazer saber o conteúdo das treze fitas.

Ao ir aprofundando cada vez mais na leitura, fui descobrindo quais eram as razões que levaram Hannah a tomar tal decisão, e concordo que ela passou por várias situações difíceis.

Além de abordar uma temática séria que é o suicídio na adolescência, o autor também trabalha em seu livro questões corriqueiras que podem levar uma pessoa à depressão e, consequentemente, a cometer suicídio. Questões como bullying, baixa autoestima, críticas destrutivas e histórias maldosas/mentirosas que outras pessoas inventam, podem trazer consequências drásticas à vida de uma pessoa, isso acabou gerando uma reflexão enquanto estava lendo, além de ter feito rever algumas das minhas atitudes, uma vez que jamais saberemos o real impacto que nossas ações terão na vida de outra pessoa.

Thirteen Reasons Why é um livro denso, pesado de ser lido, a maneira em que Hannah se referia à sua própria vida nas transcrições das fitas realmente me chocou, foi um baque, um soco no estomago, pois é narrado de uma forma muito crua, sarcástica e com muita dor.

É claro que esse é apenas uma representação fictícia de como uma pessoa suicida se sente em relação à própria vida, mas mesmo assim, é impactante ver o quanto foi doloroso para ela vivenciar tudo o que passou.

13RW é um livro que causa muitas reflexões e trabalha um tema sério que tem acontecido com uma frequência absurda – pelo menos na região em que eu moro –, e a sociedade parece fechar os olhos para essa problemática, assim como para outras. Além de cutucar a ferida, o livro chama atenção para as nossas ações como indivíduos únicos e as consequências que tem nas vidas de outras pessoas, mas como também, a não banalização do tema, que é algo muito sério, e deve ser tratado como tal.

Em síntese, Thirteen Reasons Why (ou Os 13 porquês, na versão do Brasil), é recomendado para aqueles que desejam ter um conhecimento mais verossímil acerca do suicídio, em como uma pessoa que sofre bullying constantemente se sente, nos fazer ter uma noção, mesmo que breve e superficial, do que pode se passar na cabeça de uma pessoa suicida. Apesar de ser uma leitura densa, o livro traz ótimas reflexões acerca do assunto e do que permeia o tema.


2 de abril de 2018

Resenha: Cidades das Almas Perdidas, de Cassandra Clare

© Elton Cardoso
Como de praxe, o quinto livro da série “Os Instrumentos Mortais”, “Cidade das Almas Perdidas”, escrito pela americana Cassandra Clare, tem seu início poucas semanas depois do ocorrido no final de seu antecessor, “Cidade dos Anjos Caídos” (resenha aqui).

Clary está desesperada com o sumiço de Jace e ainda mais com o fato dele não ter deixado nenhum rastro ao sumir. Com isso, a Clave mandou os seus melhores Caçadores em busca dele, porém, sem nem um sucesso. Isso faz com que um nível de estresse e desespero se instale em todos aqueles que são próximos de Jace. Enquanto isso, a Clave também está igualmente preocupada ao saber que Sebastian está vivo e, possivelmente, junto a Jace, e o fato de não saber o que ele está tramando faz com que o clima de tensão se instale logo no começo do livro.

Consoante a isso, descobrimos, alguns capítulos depois, que o Jace está vivinho da Silva (e isso não é spoiller) e vai em busca de Clary e propõem que ela fuja com ele e seu irmão legítimo, Sebastian. Clary hesita, mas na tentativa de se tornar uma espiã e conseguir saber o que estão planejando, decide ir junto.

Assim, é descoberto que Jace e Sebastian estão ligados por um tipo de feitiço demoníaco feito por Lilith, em que Jace é totalmente submisso às vontades de Sebastian, além disso, se alguém machucar um o outro será igualmente machucado, logo, se um morrer, instantaneamente, o outro morrerá também.

Isso faz com que a tensão fique ainda maior. Magnus, faz o que pode para tentar encontrar um feitiço que possa romper com essa ligação demoníaca e, poder matar Sebastian sem ferir Jace. Mas ele não encontra nada que sua magia possa fazer. Assim, ainda mais frustrado, e com a ajuda de Alec, Izzy e Simon, pensam em várias alternativas igualmente absurdas e perigosas com a invocação de um Demônio Maior e até mesmo um Anjo.

Paralelo a todo o plot principal da quinta história, temos o que acontece na vida pessoal dos demais personagens – na minha opinião, essa é a melhor parte. Magnus e Alec estão em uma situação estranha no relacionamento deles, mas, apena da parte de um deles e isso faz com que Alec cogite a pensar em algumas atitudes que envolvem o Magnus que podem ser muito perigosas.

Maia e Kyle estão cada vez mais próximos e neste livro, o relacionamento deles tendem a entrar em um novo patamar.

Izzy está desenvolvendo sentimentos confusos e conflituosos em relação a Simon, e esse plot foi simplesmente o meu favorito neste livro, que me fez fica cada vez mais ansioso para saber o que iria acontecer com eles dois. Aqui, podemos descobrir um lado que até então não tinha sido mostrado desses dois personagens. Além de Simon está enfrentando alguns problemas pessoais.

Já o plot da Clary e do Jace (ft. Sebastian), neste livro, foi o mais chato e sem graça para mim. Eu adoro o casal, eles exalam sensualidade como ninguém (um grande ponto da autora), e adorei as cenas deles nos demais livros, mas neste não funcionou muito bem, o ritmo não estava legal, as conversas que caiam sempre no mesmo. Sempre que chegava no plot deles, que é o principal de certa forma, eu ficava ansiando para terminar logo para eu saber o que acontecia em qualquer um dos demais plots que, de novo, na minha opinião, estavam muito mais legais que o deles.

Como é de se esperar, chega o momento em que todos os plots se juntam para formarem o tão esperado clímax do livro e, igualmente previsível, a autora responde várias perguntas assim como cria vááárias outras e decide terminar o livro na melhor forma de: MEU DEUS, EU PRECISO DO PRÓXIMO LIVRO COM URGENCIA.

Apesar de alguns pontos negativos que expus nesta resenha, o livro “Cidade das Almas Perdidas” (aliás, alguém pode me explicar qual é a dos títulos dos livros dessa saga? Por que a maioria dos títulos simplesmente não fazem nenhum sentido à história, pelo menos eu não consigo associar), é muito bom para quem adora uma história de fantasia com ação, romance e muito entretenimento.


Só pretendo ler o sexto e último livro da saga (também o menor livro) nas próximas férias, então terei que me contentar com a nova temporada de Shadowhunters que será lançada em breve na Netflix.