© Elton Cardoso |
O Orfanado da Srta Peregrine para Crianças Peculiares,
escrito por Ransom Riggs, promete trazer toda uma atmosfera meio dark à
história, em parte pelo belíssimo trabalho visual, tanto da capa, quanto do
livro como um todo, mas ao contrário do que muitos podem pensar, este não é um
livro de terror ou de suspense, mas sim uma história de fantasia, bem na vibes
do Neil Gaiman e, é claro, do Tim Burton – que além de ser o diretor da
adaptação cinematográfica que recebe o mesmo nome, é um fã assumido do livro.
Ou seja, se você conhece algum dos trabalhos de Gaiman ou Burton, você já sabe
como funciona a atmosfera dessas histórias, certo?
Então, no livro, você encontrará personagens bizarros com
habilidades igualmente bizarras, porém cativantes, e uma narrativa que não tem
o propósito de causar medo, ou sequer um suspense, mas sim, aquela atmosfera
gostosa de uma história que beira o gótico.
O livro começa narrando a vida de Jacob “Jake” Portman, um
adolescente de 16 anos, abastardo, que trabalha obrigado em uma rede de
supermercados de sua família e com apenas um único e melhor amigo. Além de seu
melhor amigo, o Jake se dá muito bem com seu avô paterno Abe Portman, ou Vovô
Portman, com ele carinhosamente, chama.
Seu avô tem o hábito de lhe contar histórias sobre o seu
passado, principalmente da infância, onde, judeu e refugiado da Segunda Guerra
Mundial, encontra abrigo no Orfanato da Srta Peregrine, onde vivia com crianças
que tinham dons especiais, os Peculiares – que como os X-Men, tem seus poderes
devido a uma mutação de um gene recessivo – e juntos viveram altas aventuras,
mas que teve que ser interrompida pois o Abe decidiu ir lutar na guerra, e
assim deixou o orfanato de vez. Durante longos anos, o Jake acreditou em todas
essas histórias, principalmente porque tinham fotografias que provavam que
essas crianças de fato existiam, mas, com o passar dos anos, o Jake passou a
ficar incrédulo e até a acreditar que o avô estava perdendo a razão.
Eis, que o Jake recebe uma ligação de ser avô que está em
surto, fazendo com ele fosse ao encontro de seu avô. Só que Jake chega tarde
demais e encontra seu avô morto – não se preocupe, isso não é um spoiller, já
acontece no comecinho do livro – e isso leva a história a seu enredo principal,
pois o Jake decide visitar a ilha onde seu avô morava quando criança afim de
descobrir a verdadeira história da vida de seu amado avô. E ele de fato
encontra informações que vão interferir em definitivo na sua vida.
Não irei me alongar mais, pois quaisquer informações será um
spoiller, e este blog é spoiler free,
neam?!
Agora, sobre alguns pontos do livro. Com mais de 300
páginas, o livro é dividido em 11 capítulos, alguns super longos, o que causa
um certo cansaço, principalmente para a maioria que prefere ler por capítulos,
houve momentos em que fica contando loucamente as páginas para saber se estava
perto de terminar ou não, pois até que a história atinja seu clímax o autor vai
nos contando toda uma necessária introdução, sem falar no penúltimo capítulo
que é simplesmente o maior de todos.
Já sobre as fotografias presentes no livro – se você teve a
oportunidade de folhear o livro ou já viu nas redes sociais, com certeza já sabe
da existência delas – a princípio, pensei que elas estavam ali apenas para
“encher linguiça”, mas não estão. O Ransom Riggs usou sabiamente duas artes
igualmente lindas, para contar sua história, a literatura e a fotografia, isso
deu resultado a toda uma experiência diferente à leitura, pois as fotografias
foram uma das principais responsáveis por darem esse ar mais
sombrio/gótico/vampiro/roqueiro ao livro, fotografias essas, verídicas (com
adição de possíveis manipulações), bem antigas e esquisitas, sério, tem
algumas fotografias que são bem bem bem estranhas e creepy.
Terminei o livro com a sensação de “tá faltando algo aqui”, e
ainda sem saber se realmente irei ler sua continuação, Cidade dos Etéreos,
recomendo a leitura dele sim.
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