15 de setembro de 2016

Resenha: O Orfanato da Srta Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs

© Elton Cardoso
O Orfanado da Srta Peregrine para Crianças Peculiares, escrito por Ransom Riggs, promete trazer toda uma atmosfera meio dark à história, em parte pelo belíssimo trabalho visual, tanto da capa, quanto do livro como um todo, mas ao contrário do que muitos podem pensar, este não é um livro de terror ou de suspense, mas sim uma história de fantasia, bem na vibes do Neil Gaiman e, é claro, do Tim Burton – que além de ser o diretor da adaptação cinematográfica que recebe o mesmo nome, é um fã assumido do livro. Ou seja, se você conhece algum dos trabalhos de Gaiman ou Burton, você já sabe como funciona a atmosfera dessas histórias, certo?

Então, no livro, você encontrará personagens bizarros com habilidades igualmente bizarras, porém cativantes, e uma narrativa que não tem o propósito de causar medo, ou sequer um suspense, mas sim, aquela atmosfera gostosa de uma história que beira o gótico.

O livro começa narrando a vida de Jacob “Jake” Portman, um adolescente de 16 anos, abastardo, que trabalha obrigado em uma rede de supermercados de sua família e com apenas um único e melhor amigo. Além de seu melhor amigo, o Jake se dá muito bem com seu avô paterno Abe Portman, ou Vovô Portman, com ele carinhosamente, chama.

Seu avô tem o hábito de lhe contar histórias sobre o seu passado, principalmente da infância, onde, judeu e refugiado da Segunda Guerra Mundial, encontra abrigo no Orfanato da Srta Peregrine, onde vivia com crianças que tinham dons especiais, os Peculiares – que como os X-Men, tem seus poderes devido a uma mutação de um gene recessivo – e juntos viveram altas aventuras, mas que teve que ser interrompida pois o Abe decidiu ir lutar na guerra, e assim deixou o orfanato de vez. Durante longos anos, o Jake acreditou em todas essas histórias, principalmente porque tinham fotografias que provavam que essas crianças de fato existiam, mas, com o passar dos anos, o Jake passou a ficar incrédulo e até a acreditar que o avô estava perdendo a razão.

Eis, que o Jake recebe uma ligação de ser avô que está em surto, fazendo com ele fosse ao encontro de seu avô. Só que Jake chega tarde demais e encontra seu avô morto – não se preocupe, isso não é um spoiller, já acontece no comecinho do livro – e isso leva a história a seu enredo principal, pois o Jake decide visitar a ilha onde seu avô morava quando criança afim de descobrir a verdadeira história da vida de seu amado avô. E ele de fato encontra informações que vão interferir em definitivo na sua vida.

Não irei me alongar mais, pois quaisquer informações será um spoiller, e este blog é spoiler free, neam?!

Agora, sobre alguns pontos do livro. Com mais de 300 páginas, o livro é dividido em 11 capítulos, alguns super longos, o que causa um certo cansaço, principalmente para a maioria que prefere ler por capítulos, houve momentos em que fica contando loucamente as páginas para saber se estava perto de terminar ou não, pois até que a história atinja seu clímax o autor vai nos contando toda uma necessária introdução, sem falar no penúltimo capítulo que é simplesmente o maior de todos.

Já sobre as fotografias presentes no livro – se você teve a oportunidade de folhear o livro ou já viu nas redes sociais, com certeza já sabe da existência delas – a princípio, pensei que elas estavam ali apenas para “encher linguiça”, mas não estão. O Ransom Riggs usou sabiamente duas artes igualmente lindas, para contar sua história, a literatura e a fotografia, isso deu resultado a toda uma experiência diferente à leitura, pois as fotografias foram uma das principais responsáveis por darem esse ar mais sombrio/gótico/vampiro/roqueiro ao livro, fotografias essas, verídicas (com adição de possíveis manipulações), bem antigas e esquisitas, sério, tem algumas fotografias que são bem bem bem estranhas e creepy.


Terminei o livro com a sensação de “tá faltando algo aqui”, e ainda sem saber se realmente irei ler sua continuação, Cidade dos Etéreos, recomendo a leitura dele sim. 


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